3 - Um pseudo Evangelho engessado pela Tradição e Religiosidade não salva
Postado por Ministério Saciame Cristãos Interdenominacionais Apoiando em sábado, maio 11, 2013 Em: II - MINISTÉRIO

" Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo? "
Lucas 10.29
Quando alguém decide ser um obreiro na obra do Senhor, deve estar consciente de que, a religião, ou a religiosidade e as tradições humanas, por mais bonitas que sejam não podem levar o ser humano à Deus. O homem, como ser humano imperfeito inventou, criou a religião como uma forma de se achegar a Deus (e cada cultura tem a sua própria), quando na verdade é O Nosso Deus que se achega à nós, a sua criação (para todas as culturas um só Deus).
No texto registrado no Evangelho segundo escreveu São Lucas, é importante nós observamos no capítulo 10 as duas perguntas, os dois questionamentos que o Senhor Jesus faz aquele homem: "O que está escrito na Lei?", respondeu Jesus. "Como você a lê?"
Além de perguntar ao perito o que estava escrito na Lei, Jesus ainda pergunta como ele "fazia a leitura", ou seja, como ele INTERPRETAVA a Lei, dessa forma nós podemos perceber que ler e conhecer a Lei não é o suficiente, mas também é importante como, de que maneira interpretamos o que está escrito na Palavra de Deus. Há pessoas que interpretam a Palavra de Deus de acordo com as tradições que herdou dos pais ou de seus mestres, ou ainda conforme a sua religião ou religiosidade baseada em doutrinas humanas (ainda que lícitas, porém humanas). Devemos pedir em oração a graça do Senhor, para lermos e conhecermos a sua Palavra conforme a inspiração do Espírito Santo, ou seja, recebendo o entendimento que Deus tem para nós.
Logo em seguida, o Senhor Jesus começa a contar a parábola do bom Samaritano, onde relatou que certo homem foi deixado a beira do caminho, completamente violentado, machucado após ter sofrido um grave assalto. Ainda em seu relato, Jesus conta que passaram por ali um Sacerdote (pastor), e um Levita (ministro de louvor) que eram os obreiros do Templo, porém nem o Sacerdote e tampouco Levita estendeu as mãos para ajudar aquele homem necessitado de socorro. A pergunta que não quer calar, é o porque dois obreiros do templo que deveriam estender as mãos para ajudar os necessitados, passaram do outro lado da rua e não se importaram com o ferido.
A resposta está na forma como aqueles obreiros interpretavam a Lei, baseados na religião, conforme a religiosidade e a tradição que receberam dos antepassados. A lei dizia que o Sacerdote e e o Levita, não poderia se aproximar de mortos ou de pessoas feridas por que isso os deixaria impuros para ministrar no santuário. Mas naquela situação, o que seria mais impuro? Cuidar de um homem machucado à beira da morte salvando-lhe a vida? Ou em nome da religião e apenas para preservar tradições deixá- lo morrer sem demonstrar amor? Qual será a maior impureza?

Por esse motivo, após concluir a sua narração dessa parábola, o Senhor Jesus disse àquele perito na Lei: vai fazer mesmo, como fez o Bom Samaritano.
Estamos vivendo dias, onde infelizmente está faltando amor no seio da Igreja, e muitos obreiros não sabem servir ao seu próximo, dizem que estão servindo a Deus, porém colocam a religião e as tradições antes das pessoas. O mundo que esta sempre nos observando tem se escandalizado, exatamente porque percebem a nossa falta de cuidado, em muitas situações são os ímpios que fazem caridade, que ajudam os necessitados, enquanto a Igreja tem feito algo, porém muito pouco se comparado ao que tem recebido de Deus. Servir às pessoas é servir a Deus, e não é possível servir a Deus se não servir as pessoas.
Certa noite, após participar de uma reunião com Empresários Cristãos, um casal obreiros me levava de carro para casa, quando do interior do automóvel nós vimos dois homens se beijando na rua. Imediatamente o obreiro disse "esses precisam de um chicote", e eu logo respondí, "Não, eles precisam de amor!" Então contei-lhes uma experiência real que ocorreu comigo, e vou relatar agora.
Há alguns anos, um jovem me procurou pedindo ajuda, porque não queria viver como homossexual. Nós conversamos, aconselhamos, oramos juntos e depois de um forte abraço o convidei para se firmar na Igreja e com Deus, mas durante uns 6 meses eu não tive mais notícias dele. Após esse tempo ele reapareceu, e novamente conversamos, aconselhamos, oramos juntos, nos abraçamos e novamente fiz o convite para fazer parte da igreja e mudar de vida, mas novamente aquele jovem desapareceu. Existem casos, onde é necessária a oração de libertação, mas existem outros onde Deus espera uma decisão da pessoa, e esse era um desses casos.
Certo dia, ao andar pela rua em direção a Igreja, ouvi alguém me chamando, e ao me virar me deparei com aquele mesmo jovem, pela terceira vez ele se aproximava de mim, e por sinal estava muito revoltado, com Deus e com tudo o mais.
Em determinado momento, após ouvir as suas reclamações, fui tocado por Deus para convidá-lo a ir até um restaurante juntamente comigo para comermos um lanche. Ao fazer o convite aquele jovem demonstrou espanto e me perguntou: você não tem vergonha de sentar comigo, um afeminado em público? Eu logo respondí: você têm o mesmo valor que eu tenho para Deus, o preço pago por nós dois sem exceção, e se eu não tomar cuidado talvez amanhã você seja salvo, e eu não! Para resumir nós fomos até o restaurante, conversamos, aconselhamos, oramos juntos e nos abraçamos. No dia seguinte (dia do meu aniversário) ao abrir minha caixa de emails, lá estava um email daquele jovem onde ele dizia o seguinte:
" Reverendo, quero lhe dar um presente de aniversário: Ontem ao chegar em casa (moro com um homem quase 10 anos mais velho) fiz as minhas malas, e terminei esse relacionamento de sofrimento. Voltei para a casa dos meus pais com quem eu não falava a mais de dois anos. Nos abraçamos, choramos, eu pedí perdão e eles também, eu perdoei e eles também me perdoaram e hoje vou a igreja com eles onde vou me reconciliar. O que me mostrou a necessidade de tomar essa atitude, não foram as muitas palavras que as pessoas me diziam para ajudar, outras para condenar. Quando ia visitar igrejas, tinha que enfrentar os olhares preconceituosos e as palavras de condenação, mas na sua atitude de não ter vergonha de mim em público, pude perceber que Deus ainda me amava mesmo depois de tudo o que fiz de errado..." Amados, eu chorei ao ler esse email, que presente de aniversário maravilhoso!
Passados alguns meses, ao participar de um evento na cidade reencontrei aquele jovem, mas dessa vez ao lado da sua mãe, com trajes de cristão e uma bela bíblia em sua mãos. Aleluia, Glória a Deus!
O detalhe é que enquanto no restaurante, alguns crentes apareceram e ficaram nos olhando (me conheciam como pastor), e provavelmente devem ter criticado, julgado por causa da religiosidade e das tradições. É claro que para agir dessa forma devemos estar preparados e revestidos, mas se não fizermos quem fará?
A religiosidade e as tradições não atrapalham os obreiros somente nessa área de evangelização de homossexuais, e por essa razão provavelmente irei escrever outros textos inclusive relatando outras experiências e observações relacionadas a outras áreas. Devemos conservar os princípios bíblicos gravados (tatuados) em nosso coração, mas a Igreja precisa se libertar desse mal da religiosidade para ter maior êxito em sua missão!

Lucas 10
25 Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: "Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?"
26 "O que está escrito na Lei?", respondeu Jesus. "Como você a lê?"
27 Ele respondeu: " 'Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento' e 'Ame o seu próximo como a si mesmo'".
28 Disse Jesus: "Você respondeu corretamente. Faça isso e viverá".
29 Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo?"
30 Em resposta, disse Jesus: "Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.
31 Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.
32 E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.
33 Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele.
34 Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.
35 No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: 'Cuide dele. Quando eu voltar, pagarei todas as despesas que você tiver'.
36 "Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?"
37 "Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo".
OREMOS:
Pai, em O Nome do teu Filho Jesus, sonda o meu coração, e se houver alguma raiz de religiosidade e tradições que me impedem de cumprir os teus propósitos para a minha vida, liberta-me para que o Teu Nome seja glorificado através de mim. Tua é a Honra o Poder e a Glória hoje e para Sempre. Amém.
Autor: Rev. Rubens Braz - Direitos Reservados 2013
Em: II - MINISTÉRIO
Tags: lei samaritano levita sacerdote perito jesus assalto homossexual